quinta-feira, 25 de junho de 2009

PARA COBRIR O SILÊNCIO - EXPOSIÇÃO PINACOTECA

Após o convite, foram dois anos de preparação, edição, formatos, reuniões, idas e vindas, rompimentos, negociações...
No final, tudo certo.
E sempre vale a pena.


































Sem minha família, não conseguiria.
Principalmente pela luta de minha mulher, Lisa.
Ao apoio do Estúdio Lupa ( RJ ) e Laboratório 337 ( SP ).
À insistência e força do amigo e fotógrafo Rodrigo Ribeiro.
Ao amigo e mestre, sempre, Daniel Klajmic.
À Galeria Tempo ( RJ ) pelo começo.
A trilha sonora é do grande amigo Alexandre Duayer.

Eterna gratidão à Diógenes Moura.


PARA COBRIR O SILÊNCIO




PARA DESCOBRIR O SILÊNCIO

Aqui: o diálogo que une os homens aos Deuses. Ali: os mitos, eles mesmos, em outro ritual, o Carnaval. Aqui: as vozes e os ancestrais: qual o verdadeiro conhecimento do mundo? Ali: quem de nós ultrapassará os limites do transe? Para Cobrir o Silêncio, a série que o fotógrafo Marcelo Rangel produziu nos terreiros de candomblé e no barracão do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2007, reúne a simbologia dos orixás, o seu encantamento e os conduz para uma tradução material que esses mesmos mitos representam quando são incorporados ao enredo de uma escola de samba. Assim, vistos como matéria e músculos, ganham as ruas durante o Carnaval, afirmando-se numa única via tão religiosamente barroca e brasileira: o profano e o sagrado.

A procura de Marcelo Rangel leva sua fotografia para um infindável drama que nos identifica: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Reafirma um olhar desprovido de pretensão científica, mas denso em sua mais profunda expressão de “corpo e alma”; denso numa procura estética que se revela em toda a sua força; denso quando estende seu núcleo de interpretação para os domínios de Omolu, numa série de imagens onde, em alguns momentos mais abstrato e outros não, o orixá da doença e da cura torna ainda mais simbólica a representação entre o Aye (a Terra) e o Orum (o Céu).

Vistas com o olhar de quem olha para si mesmo; integradas à visão de um mundo afro-brasileiro perante o sagrado, as imagens eternizam um rito de passagem e algumas delas - apresentadas em dípticos e trípticos – unem-se ainda mais para instrumentar cada uma dessas representações míticas: a poéticas dos corpos no barracão onde se erguem as mãos para a escultura da ancestralidade; as filhas-de-santo arriadas aos pés do seu Deus/Orixá, num pedaço de chão, para clamar pelo “sonho da eternidade”. Quem de nós se arrisca a “esquecer” esse sonho? Qual de nós será capaz de trocar Deus pelo mundo da ciência?


Diógenes Moura
Curador de Fotografia
Pinacoteca do estado de São Paulo


Trilha sonora: Alexandre Duayer


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PARA COBRIR O SILÊNCIO


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http://www.flickr.com/photos/lastpictures/sets/72157619934770530/

quarta-feira, 24 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

NAVIO NEGREIRO










Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

Castro Alves

quinta-feira, 18 de junho de 2009

SALVADOR DE BAHIA















































































AS TRÊS FACES DE ÒSÚN












ÒRÌSÀ

ÒRÌSÀ
Fotografia de Marcelo Rangel

Se a fotografia é inscrever com a luz, Marcelo Rangel utiliza a arte da luminosidade para pintar, explorar as texturas e quase abstrair as imagens lhes dando um poder original e sincero. No detrás delas, revela o reino ilusionário dos deuses prontos para entrar no desfile do samba e povoar o imaginário do povo carioca.
Os orixás que ele visiona atrás de um espelho e de paredes que o tempo teceu ferrugens, descasques e mofos, saem da mito-poética do candomblé para serem recriadas pelo popular nas fantásticas oficinas dos carros alegóricos. São tradições de fé que ameaçam desaparecer e com as quais Marcelo, antropolicamente se ocupa em transmutar mais do que documentar através da fotografia.
O que já não era de todo ordinário, fica ainda mais perto do extraordinário.
Marcelo vai além da ilusão da quarta-feira de cinzas quando toda a alegoria retorna ao galpão de origem para virar elementos de reciclagem para um outro carnaval. Ele fotografou o momento antes do esplendor do desfile e deu ainda momentos de glória ao eternizar estes deuses mais do que apenas recriá-los em inusitadas imagens.
Há uma força pictórica imensa em suas fotos/pinturas e elas acendem em nossa imaginação algo que vai além do atlântico. O mar que aporta em nosso corpo/alma, nos faz recordar ao sabor de um ritmo e de um tempo ancestral, que somos deuses e esquecidos desta herança, por isso, vivemos a miséria de apenas poucos dias de sonho.
As imagens sem tempo que Marcelo fabrica com a artezania do apuro e do afeto, nos coloca no espaço onde somos o sonho da eternidade.

Bené Fonteles



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ORISA

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"ORA YÈYÉ O !!!"















SONG FOR A DYING FATHER










In his eyes i saw an unspoken sadness.
A silent pool of tears.
So prominent it shook the sturdy ground beneath me.
Invencible. I grew believing He was.
But it is time. This is intolerant enemy.
No always. No forever.
If only one more day...
Stay one more day...

Laura El-Tantawy

L'ENFER

Três décadas de má administração da segurança pública, o crescimento do tráfico de drogas e agora a expansão de milícias nas favelas.
Como frear a violência em uma sociedade dominada pela exclusão e pelas desigualdades sociais ?

Um pequeno ensaio sobre o Rio de Janeiro...



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L'ENFER

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REQUIEM AETERNAN DONA EIS











"Deve-se aprender a viver por toda a vida e,
por mais que te admires, durante toda a vida
se deve aprender a morrer".
Sêneca

MY GRANDMOTHER'S PORTRAIT














"Pequena é a parte da vida que vivemos,
pois todo o restante não é vida, mas somente tempo".
Virgílio

LONELINESS...



















































































































"O oceano é isso, um espaço em que o tempo não existe".
Michel Tournier

terça-feira, 16 de junho de 2009

TOM CARROLL'S PORTRAIT




TOM CARROLL / REVISTA TRIP
























































































Em 2004 fui convidado pela Revista Trip para acompanhar o surfista australiano Tom Carroll, bicampeão mundial, em sua visita à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro.
Lógico que o choque cultural foi enorme e, toda hora, Tom perguntava como um povo podia viver feliz mergulhado em tanta pobreza.
Diante de tantos contrastes, Tom não desgrudava de sua câmera e fotografava tudo o que via pela frente. Talvez tentando entender o que até hoje não conseguimos.

ESCOLA DE SURF ROCINHA
































































































Escola de surf rocinha

Tirar da rua a meninada e colocar no mar. Foi com esse objetivo que Ricardo Bocão concebeu o projeto de uma escolinha de surf para as crianças da favela. Por lá já passaram mais de 70 alunos, mesmo sem nenhum patrocínio. Ali, de maneira improvisada, Bocão ganha a vida consertando pranchas, equipamentos de surf e ate bermudas rasgadas.

SP




















São Paulo... contrastes por todos os lados.

INSTRUMENTOS DE TRABALHO














Old school...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O COMEÇO...


Aqui vai um pouco de tudo...
Fotografias, ensaios e algumas histórias.
Sem muitas regras. Sem muita ordem.
Passado, presente e futuro.
O tempo aqui não é linear. Ele anda em círculo, sem começo nem fim.
Apenas um escape...