quinta-feira, 30 de julho de 2009

REQUIEM FOR SAMBA



REQUIEM FOR SAMBA

Imagens e reflexões sobre o carnaval do Rio de Janeiro

A cada ano, por trás da magia do espetáculo oferecido pelas escolas de samba, há muito mais do que plumas e paetês. Do confinamento dos bairros populares e nas favelas até a completa visibilidade nacional e internacional, o longo percurso do samba até chegar ao status de maior espetáculo da terra não foi tão simples e nem sempre festivo.
O carnaval do Rio de Janeiro combinou, inicialmente, a cultura popular portuguesa e os vetores afro-brasileiros.
Do caldeirão carnavalesco do Rio de Janeiro, surgiu a complexa e dinâmica escola de samba. Representação festiva autoproduzida e consumida, esta criação popular será apropriada pela indústria cultural de massas. Nesta trajetória de mercantilização, a partir do espetáculo da escola de samba, será multiplicada a geração de renda e de emprego, dando o suporte a complexas cadeias de atividades. No seu entorno, gravita uma constelaçnao de profissionais, dirigentes, intermediários e artistas hierarquizados por prestígio e renda.
Com o caráter de luxo e riqueza que o desfile assumiu na segunda metade da década de 70, ele passou a interessar mais e mais como forma de atrair turistas e, portanto, de transformar-se em fonte de renda.
A construção da Passarela do Samba, em 1984, expressou o reconhecimento oficial do potencial turístico, econômico e artístico do desfile na vida da cidade. Essa obra trouxe rentabilidade financeira para a festa e teve importantes consequências políticas e organizacionais.
A criação do popular "Sambódromo", que por suas proporções lhe impôs condições espaciais muito definidas, contribuiu para uma mudança de escala do desfile, que se tornou ainda mais suntuoso e gigantesco, alterando inclusive a forma de representação das escolas de samba, pois a megalomania começava a tomar conta do carnaval carioca.
Um dos motivos alegados para a construção da passarela definitiva era que, eliminado os custos com o fim da montagem e desmontagem anual, os preços dos ingressos poderiam tornar-se mais acessíveis. Infelizmente essa expectativa não se confirmou.
A medida que o dinheiro passou a ser a preocupação dominante, a mentalidade empresarial os fez esquecer que o espetáculo é feito pelo povo e deveria ser assistido pelo povo.
Desde então, o carnaval se viu jogado num progresso vertiginoso, onde os desfiles milionários reservaram ao povo, um lugar à margem da festa.
O carnaval deixou de ser vivido para ser olhado.
De promessa para muitos, à realidade de poucos.


Para ver a galeria de imagens, clique abaixo:
REQUIEM FOR SAMBA


Ou vá em:
http://www.flickr.com/photos/lastpictures/sets/72157619936623532/

2 comentários:

Ivã Coelho disse...

Acabei de ver todas as fotos no slideshow do picasa. Cara, forte demais!

Vc fotografou com filme ou digital?

Parabéns!

abçs

Marcelo Rangel disse...

Só filme. Todas as minhas séries, meus trabalhos pessoais são feitos em filme. Só uso digital para trabalhos comerciais.